… ou mela-cueca, como diria meu gatinho; ou momântico, como diria eu.
Bem, não sei se é de conhecimento geral que eu adoro Legião Urbana e Renato Russo. Sou fã, mesmo! Tenho todos os CDs, recortes de revistas, camiseta, fitas gravadas com entrevistas dadas por ele para TV e Rádio, sei todas as músicas de cor e salteado, ao escutar uma sei dizer qual vem depois no CD, faço parte do fã-clube Filhos da Revolução… enfim: adoro.
E, nada mais lógico, do que as músicas dele sempre me acompanharem… em todos os momentos, cabe uma música dele. Até “dei” uma para o Rô (que duvido que ele se lembre qual seja, mas anyway).
Então, é óbvio que também pensei nele quando fui fazer meu convite de casamento. Todo convite tem uma curta frase no início. A que me veio na cabeça, instantaneamente, faz parte dessa música:
Monte Castelo (vídeo oculto por um click)
Ainda que eu falasse a língua dos homens
Que eu falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
Que eu falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
É o não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor
É um ter com quem nos mata lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas, então, veremos face-a-face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
Ainda que eu falasse a língua dos homens
Que eu falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
Não sei se todos sabem que essa música foi baseada em dois outros textos: em um soneto de Luís de Camões:
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
… e na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13:
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e näo tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e näo tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e näo tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor näo é invejoso; o amor näo trata com leviandade, näo se ensoberbece.
5 Näo se porta com indecência, näo busca os seus interesses, näo se irrita, näo suspeita mal;
6 Näo folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, seräo aniquiladas; havendo línguas, cessaräo; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, entäo o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas entäo veremos face a face; agora conheço em parte, mas entäo conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
Pensei que colocar Renato Russo como referência em um convite de casamento não ficaria muito adequado, digamos 😀 . Colocar Camões não me agradaria, pois no poema dele não consta a frase que mais gostei. Restou citar a carta bíblica como fonte, mas achei que os escritos da carta eram muito, digamos, religiosos demais (e isso não é minha cara, definitivamente).
O que fiz? Fiz um mix entre a frase da carta e a frase da música de Renato Russo, e citei a carta, sem especificar nenhum versículo. Ficou assim: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, eu nada seria” (I Corintios 13)
E o convite ficou bem informal e fofo, com direito a desenho de noivinhos e tudo o mais (fotos clickaumentáveis)! Uma graça! A propósito, o casório está marcado e ocorrerá em novembro, em Poços de Caldas. Estão todos convidados! 😉