Arquivo | julho, 2009

Bom-senso

27 jul

Esses dias, andando pela cidade à pé, de ônibus ou de metrô, vários exemplos de falta de bom-senso me chamaram a atenção.

– Antes de continuar, um parênteses: bom-senso seria um termo redundante, visto que os dicionários definem senso como a habilidade de raciocinar, entendimento, juízo, consciência do bem e do mal? Acho que não, né? –

Estava sentada em um assento distante da porta do metrô quando entra um cego com sua bengala. É óbvio que ele ficou “cutucando” com a bengala o assento mais próximo, que estava ocupado por uma jovem, que não se levantou. Uma outra pessoa conduziu o cego ao assento de cor cinza, reservado às “pessoas com necessidades especiais”, que não era aquele em que a jovem se encontrava. Que falta de bom-senso leva uma pessoa a não ter a atitude de dar seu lugar a uma pessoa que precise mais dele do que ela própria?

Me irritam pessoas que andam em grupos pelas calçadas e bloqueiam toda a passagem. Você quer andar lado a lado com seus quatro amigos? Sinto muito, mas você não é o dono da calçada: há pessoas vindo na outra direção e há pessoas atrás de você que não conseguem te ultrapassar, apesar do seu passo de lesma com preguiça.

Na fila do banco, uma senhorinha entrou no último lugar da fila e nenhuma das dez ou quinze pessoas à frente dela a conduziu ao primeiro lugar da fila.

Uma mulher passeando com seu cachorro fez questão de não pegar o cocô do seu bichinho do meio da calçada. Eu só não pego o da Lilo quando ela faz no meio de uns matos altos que têm na praça perto de casa, porque o cocô some no matagal, eu procuro procuro e não encontro.

No ponto de ônibus, uma senhora se esforçava para subir aquele degrau alto, pois o motorista, como quase sempre, havia parado no meio da rua, e não próximo à calçada, como deveria. E tinha passageiro atrás reclamando da lentidão da velhinha.

De novo no metrô, estação Paraíso, uma senhora estava tentando desembarcar mas não conseguia. Ela estava na porta, tentando dar seu passo para fora do trem, mas a multidão que entrava desenfreadamente não se dava ao trabalho de esperar o desembarque. Até que a senhora gritou “Me deixa sair” quando a porta estava quase se fechando. E ainda teve gente (as mesmas que entraram feito estouro de boiada) que morreu de rir da velhinha.

(…)

Quando era mais nova, e estava aprendendo sobre a anarquia na aulas de história, achava que este seria um regime perfeito: o povo se auto-coordenando, tudo funcionando como deveria ser, lindo e maravilhoso.

Hoje vejo que não temos a menos capaciedade de viver em sociedade sem que alguém crie leis, mande você fazer isso e te puna se fizer o contrário. Nós não nos colocamos no lugar do outro: do idoso, do deficiente, do que está carregando mil sacolas, do que está doente, da mãe com sua criança de colo, do pedestre que vai pisar naquele cocô do meio da calçada…

Nós precisamos que coisas óbvias nos sejam ditas a todo momento: aguarde o desembarque, deixe a esquerda da escada livre para circulação, respeite o assento preferencial…

Você pode achar que estou ficando velha e chata, mas eu simplesmente chamo isso de educação. Por onde ela anda, eu não sei. Só sei que ela tem passado bem longe da cabeça de vários “cidadãos”.

Campanhas animais

23 jul

Maria Augusta, a pessoa que tirou a Lilo das ruas, cuidou dela e a colocou para adoção (e faz isso com vários animais que encontra por aí, abandonados), disse no seu site que tem recebido vários emails de pessoas que perderam seus bichinhos: seja porque eles escaparam pelas grades do portão ou fugiram de seus donos durante um passeio.

O mais alarmante é que nenhum deles tinha a medalhinha de identificação!! Uma coisa tão simples, barata e essencial!!! E resolveu começar uma campanha, alertando aos donos que identifiquem seus bichinhos!! Se desejar, divulgue!

Clickaumentável

Clickaumentável

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Não deixe de saber da última que a Lilo aprontou!! Leia aqui.

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Conheça mais sobre a campanha que a prefeitura de São Paulo está fazendo (até que enfim) contra o abandono de animais de estimação.

Velhas novidades

6 jul

“Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio”

Não quero nem ver a data da minha última postagem aqui. Socorro!

Voltei da minha quarta ida a Pasárgada louca pra contar os detalhes aqui e cadê o tempo pra isso?? Mas hoje sai!

Minha ida foi bem… ãh… pitoresca, devo dizer.

Cheguei ao guichê da Gol, no aeroporto de Guarulhos, 30 minutos antes do horário do vôo e não me deixaram fazer o checkin. Fiquei P da vida e tive que desembolsar mais 90 reais pra embarcar no próximo vôo (contei isso pros meus tios de Brasília e eles têm certeza que a Gol vendeu minha passagem pra outra pessoa da lista de espera. É mole?)

Estava levando duas malas: uma com roupas e uma mochila com doces / mel e queijos para dar para os amigos e familiares. Tive a brilhante idéia de despachar também a de doces e o que aconteceu? Apenas o doce dos meus tios e os queijos sobreviveram; o pote do mel e do outro doce espatifaram com a delicadeza suprema dos carregadores. Minha mochila ficou toda melada e foi tudo pro lixo. Além do mais, tinha dois chaveiros pendurados no zíper da mochila que foram arrancados de lá (um dos zíperes até estourou!).

Pra quem acha que já é muita zica, eu digo que tem mais! Passei uma água na mochila e deixei na janela da área de serviço pra secar. Quando olhei pra ela, horas mais tarde, quase não consegui enxergá-la de tanta abelha que tinha em cima e dentro dela!! Fechamos a porta da área de serviço e deixamos elas lá (minha tia contou que, no dia seguinte quase todas as abelhas já tinham ido embora; as que sobraram morreram afogadas com a ida da mochila para o tanque!!).

Chega, né? Que nada!! O ônibus que peguei, para aguentar seis horas de viagem, estava lotado e sem ar-condicionado. Aos que não sabem, eu estava em pleno cerrado e estava bem quente; a janela ajudou na maior parte do tempo, mas… E tinha gente no ônibus conversando / ouvindo rádio / cantando na maior das alturas!! E a mulher do meu lado balançando seu pé descalço para todos os lados. Pra melhorar, em uma das cidades em que o ônibus parou, a passageira não achava sua mala no bagageiro (que estava abarrotado até o talo, é verdade, mas a dita cuja não tinha nem idéia da porta em que estava sua mala). Como resultado, ficamos mais de meia hora parados, até achar a mala da fulana!! Afe!

A essa altura meu grau de irritação estava altíssimo!! Não tinha luz individual pra eu poder ler meu livro, então fiquei ouvindo música_ o que foi ótimo! Devido ao incidente com a mala da passageira, o motorista me parabenizou por eu saber exatamente onde a minha estava! 😀

E ainda bem que as bizarrices acabaram aí. Minha estadia foi ótima, como sempre. Foi mais longa dessa vez: quase duas semanas! A coisa chata é que uma fono mudou-se pra cidade, mulher de um pastor… e se ela resolver ficar mesmo e assumir o trabalho é provável que eu não precise ir mais lá. 😦

Pela estadia longa e pela incerteza de uma próxima vez fiquei muito emocionada ao me despedir do pessoal de lá. Uma saudade antes mesmo de ir embora.

A volta foi tranquila, num ônibus bem melhor. Nenhum incidente com o avião também.

Duro foi vir de Guarulhos a Congonhas pelo ônibus da Gol: o trânsito de Sampa estava um caos e demoramos duas horas para percorrer o trajeto. Pelamor!!

De resto, a mesma correria de sempre (ou ainda maior). O.o

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Outra velha novidade é a morte do Michael Jackson. Fiquei pasma! Como assim ele morre sem me avisar?! 😛

É bem como diz meu pai: “Pra morrer basta estar vivo; é a única certeza que temos na vida.”

Lembrei de quando participei de um concurso em um caderno teen do Estado de São Paulo, em mil novecentos e bolinha. Tinha que fazer uma frase falando sei lá o que do Michael. Os primeiros lugares ganhavam sei lá o que e os outros cinquenta colocados ganhariam o CD duplo History. Nem acompanhei o resultado do concurso e qual não foi minha surpresa ao receber o CD pelos correios!! Inacreditável!

history

Engraçado como a morte dele suscitou a vontade em ouvir suas músicas, ao menos aqui em casa. (…)