Um post amargo de fim de ano

23 dez

NOTA: ESTE POST FOI ESCRITO ANTES DO ANTERIOR. O QUE MUDOU? SE O ESCREVESSE HOJE, O GOSTO ESTARIA MAIS AMARGO. FELIZ FIM DE ANO PRA VOCÊ.

Não sei se é a proximidade do Natal, não sei se são meus hormônios, não sei… Só sei que ando muito sensível em relaçã o aos animais.

Não acho errado o homem se alimentar de carnes bovinas ou suínas, frango ou peixe; pois, mesmo na natureza, temos os animais carnívoros, que matam para obter seu sustento. Mas acho errado quando a forma que se usa para tal fim seja cruel.

Sou contra quaisquer maus-tratos a animais: seja em um circo, seja em zoológicos. Ultimamente, até as pombas, com quem nunca me importei, têm chamado minha atenção_ afinal, se elas fazem ninhos em nossos telhados e transmitem doenças é porque nós, homens, destruímos as matas onde elas habitavam.

Mas o que mais me toca, talvez por eu adorá-los, talvez por eles estarem mais próximos de mim, é ver cachorros na rua.

Nunca andei tanto de ônibus quanto tenho andado agora, que tenho ido a Guarulhos três vezes por semana. Sempre usava só metrô ou andava à pé, e sempre pelas regiões centrais de Sampa.

E, de ônibus, você vê mais o mundo a seu redor. O que tem sido muito ruim pra mim: tenho visto vários e vários cachorros na rua. Uns mais gordinhos, uns magrinhos, uns mancando; mas todos, todos carentes por carinho.

Eu não sei o que leva uma pessoa (???) a abandonar e maltratar um animal. O homem domesticou cães e gatos e, sendo assim, eles dependem de nós: não sabem mais caçar para sobreviver, só sabem nos enviar olhares de súplica, lamber nossas mãos e abanar seus rabos.

Me dói não ter meios de ajudar a todos eles. O que faço é pouco, mas é o que posso no momento: dou carinho aos que encontro, dou ração e água ao Manso e seu recém-companheiro Spike e adotei a Lilo. E rezo, sempre rezo por eles todos, pedindo a Deus que ou lhes dê um bom dono ou lhes dê uma boa morte, sem dor.

E tal descaso para com os animais me faz desacreditar cada vez mais nos homens, Lu.

Dia desses, um mecânico da empresa para a qual presto serviço me perguntou se eu sabia o motivo de “Deus não deixar o homem viver mais do que 70 anos”, em média. Ele me disse: “Se vivendo 70 anos o homem já acaba com o planeta, imagina se Deus deixasse ele viver até 150 anos?”

Será que nós temos salvação? Será que merecemos um Feliz Natal? Será que merecemos continuar vivendo por mais um ano?

Às vezes acho que não, que deveríamos ser exterminados por um novo dilúvio pois o homem já se corrompeu demais e só os animais deveriam se salvar, sem Noé algum.

Mas, graças a Deus, encontro pessoas boas em meu caminho, que me fazem renovar a esperança de que o mundo será, um dia, um lugar melhor para todos. Assim espero.

13 Respostas to “Um post amargo de fim de ano”

  1. gustavo piso 23/12/2008 às 15:12 #

    belissimas palavras Marilia, é de pessoas assim como vc que nos precisamos nesse mundo. Eu tenho o mesmo sentimento qdo sai e vejo os cachorros na rua, é tendo não ficar pensando muito por me doi muito ver aqueles magrinhos, mancando e com um olhar triste.

    Nessa semana o meu cachorro tbem morreu e sofri tres dias, pois ele so mexia os olhos e o rabinho, não tinha força nem pra respirar, e so conseguia alimenta-lo com uma colher pequena acada uma hora, ja q não tinha forças pra comer.
    Qdo a veterinaria o viu, disse q não tinha mais o q fazer, e so pedi a Deus que o levasse, e apos uma hora ele morreu.
    Graças a Deus ele so sofreu tres dias e durante esse periodo ele teve carinho.

    Marilia continuo aqui, por mais um ano seguindo seu blog e assim farei no ano que vem.

    Boas festas pra vc!!! bjus

    Fico feliz em saber que você também se importa com os animais! Obrigada pela sua presença no blog! Abraços e um ótimo ano pra você!

  2. ana p. 23/12/2008 às 20:23 #

    Sabe, Má… eu tô tão sem palavras, pq o seu post é apenas uma tradução de tudo o que eu já vi e penso a respeito deste mundo. Com um diferencial: você ainda tem esperança.

    Boas festas para a família Figueiredo!

    Ah, Ana… não ter esperanças é tão down! Encontre algo pelo que lutar! Beijos e um ótimo 2009!

  3. Fefa 24/12/2008 às 15:38 #

    Assim espero também eu, viu?
    Tem cada uma que eu vejo, não só com os bichinhos que não tem dono, mas também com os que tem. A gente vê cada coisa na clínica que dá vontade de tirar o bicho da pessoa. Igual denúncia de maus tratos em criança.
    Não sei onde vamos parar, eu sei que, assim como você, tento fazer minha parte e tento deitar minha cabeça no travesseiro e dormir com a sensação de “dever cumprido”.

    É isso aí!

  4. Tine Araujo 24/12/2008 às 16:25 #

    Eu não gosto de ver as pessoas tão tristes por não conseguirem mudar e/ou salvar o mundo… Já passei por isso… sei o quanto doi! Cada vez que essa dor me retorna eu lembro da parábola que deixo abaixo. Se cada um de nós fizer um pouquinho o Mundo pode melhorar… mas não se culpe se não forem todos que compreenderem isso! Faça a diferença você, esqueça os outros. Beijos

    Com certeza vocês está certa! Beijos e obrigada!

    ***************
    Parábola da estrela-do-mar.

    Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranqüila, junto a uma colônia de pescadores.

    Todas as manhãs ele passeava a beira mar, para se inspirar, e de tarde ficava em casa, escrevendo.

    Um dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar.

    Quando chegou perto, era um jovem pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente de volta ao oceano.

    – Por que você está fazendo isso? Perguntou o escritor.
    – Você não vê? Disse o jovem.
    – A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão secar no sol e morrer, se ficarem aqui na areia.
    – Meu jovem existe milhares de quilômetros de praia por esse mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar, espalhadas pelas praias. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.

    O jovem pegou mais uma estrela na areia, jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

    – Para essa, eu fiz diferença.

    Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever.

    De manhãzinha foi para a praia. Reuniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

  5. Silvia 24/12/2008 às 18:24 #

    Ahhhhh querida,
    não gosto de vê-la tão triste! Ou melhor, sentí-la tão triste.
    Mas existem pessoas boas, muito boas por aí.
    Nós evoluimos muito nos últimos anos, pense que há mais ou menos, 100 anos atrás, os homens escravizavam outros e pior; achavam isso normal!
    Beijosssss

    É verdade, é verdade… Beijos!

  6. Paula 26/12/2008 às 16:00 #

    Ma,

    Os pombos só habitam nossas cidades porque um infeliz de um europeu resolveu trazê-lo de Europa… só se esqueceu de trazer seus predadores naturais…
    Depois, (momento chuchu) – Ma, chuchuzinha… os homens que maltratam animais são, geralmente, os que também maltratam os seres humanos ou qualquer outro ser vivo. O problema é que são pessoas que não tem o menor respeito à VIDA, em qualquer uma de suas formas.

    É verdade!

    O meu maior medo é quando os seres humanos que amam animais ou outros seres vivos passam a odiar seres humanos. Daí, pra mim, eles se tornam iguais.
    Fique bem, descanse, recupere-se!
    Beijocas, querida!

    Paula

    Bom, eu não os odeio, mas tenho pouca esperança que eles melhorem… Obrigada, viu? Beijos!

  7. Guigo FG. 28/12/2008 às 17:27 #

    Olha Má, não quero ser insensível nem fazer sua raiva aumentar, mas pombos, ao menos aqui no Brasil, sempre foram urbanos. Eles são uma praga, chatos e agourentos. Sujam o chão de sua casa, o muro, as janelas e as telhas. Digo isso pq morei minha vida toda em casa, nunca em apartamento e se é comum controlar infestações de ratos e baratas, digo-lhe que em caso de infestações os doces pombos devem ser controlados. Aqui em casa colocamos uma tela ao redor de todo o telhado, foi a maneira mais delicada de afastá-los. Melhorou bastante, mas eles ainda vêem tomar um sol e disparar a “rajada atômica” pelo chão, muros e telhas. O bom mesmo é alimentá-los com milhos e pipocas num Central Park, Ibirapuera ou Parque da Cidade (esse fica aqui em Salvador) quaisquer… Eu mesmo adoro a sociabilidade que os pombinhos adquiriram, mas longe daqui de casa. Por outro lado, meu jardim é frequentemente visitado por outras espécies de pombas (aqui chamamos “rolinhas”, tipo a Fogo Apagou) e muitos tipos de pássaros (canários, sabiás, assanhaços, bem-te-vis, etc. Costumamos colocar pão e fruta para eles. Aqui também tem muita planta, coisa de minha mãe.

    Bem, agora vou voltar a ler a postagem (os pombos me inspiraram a dizer-te isso) e de ante mão desejar para vc, seu marido e o “filho” de vcs um 2009 de muita luz e realizações.

    Com certeza as infestações devem ser controladas, a fim de evitar doenças, né? Só tenho dó quando judiam, sabe?

  8. Guigo FG. 28/12/2008 às 17:40 #

    Nietzsche disse que os homens amadurecem muito tarde, que passam quase a totalidade dela imaturos e que quando felizmente descobrem a m… (besteira) que faziam, ou seja, quando enfim amadurecem, estão muito próximos da morte. Continuando na “carona nietzscheniana”, muitos morrem imaturos e … se os homens não são capazes de cuidar da sobrevivência de sua própria espécie, quem dirá das outras… e aí inclui-se os adoráveis cães abandonados.

    Bela carona! 😉

    Eu também acredito no homem, ainda, mas a cada dia minha lista se restringe. Estou descobrindo que a humanização é a nossa própria destruição… as vezes queria aprender tudo de novo e não apreender nada.

    É complicado… Bom 2009 pra você!

  9. neutron 29/12/2008 às 22:59 #

    [eu tinha deixado um comment e deu falha na publicação. me desacostumei com o ctrl + a, ctrl + c]

    Ui! O.o

  10. neutron 29/12/2008 às 23:04 #

    Voltando ao que eu tinha dito: tanto tempo sem passar por aqui…

    Tanto tempo mesmo!!! Que bom te ler! Não conhecia seu blog novo! 😉

    Acho que todo apaixonado por animais passa por isso, Má. É triste ver um monte de cachorros nas ruas, ou em canis, enquanto as pessoas pagam quatro dígitos por um filhote de raça. Mal sabem elas o quanto um vira-lata é fiel, agradecido, companheiro. Tudo vira comércio.

    Falou e disse!

    Eu também queria fazer mais. Queria ter um casarão cheio de vira-latas felizes. Mas, ao menos, por enquanto, não posso. Então ajudo aqui e ali, em ONG’s que eu sei que realmente amparam os bichos.

    E já é muito!!

    E eu continuo tendo mais dó de cachorro na rua do que de gente…

    Eu também…

    ***

    No mais, um ótimo Ano Novo pra você. Muitas idéias, muitas publicações e muita força pra lidar com esse tipo de coisa. Que venha 2009.

    Obrigada Neutron! Um ótimo ano pra você também!

  11. Silvia 01/01/2009 às 16:11 #

    Ma querida,
    Muito obrigada por tudo no ano de 2008. Obrigada pelos posts, pelos comentários, pelo carinho.
    Que 2009 seja muito bom para você e seus companheiros de vida. Beijosss

    Sou eu quem agradeço, Sílvia!! Beijos e um ótimo ano pra você!

  12. Rodogro 07/01/2009 às 12:04 #

    Também acho imperdoável maltratarem bichinhos.

    E realmente não acho que o ser humano tenha jeito. Sempre torço pra natureza acabar logo com isso e retomar o planeta… ;P

    Seria uma saída de mestre!

  13. Amanda 05/02/2009 às 13:09 #

    Ahh. Lindo msm seu post. Conheci teu blog pelo seu depoimento de adoçao da Lilo enquanto navegava por sites e blogs que ajudam caes abandonados. O que me faz (ainda) ter esperança com as pessoas e conhecer historias de pessoas assim, como voce e os verdadeiros Anjos da Adoçao. Tambems ei a alegria que e adotar um animalzinho que foi abandonada por algum imbecil. Tenho um que foi largado no meu portao. Ele e enorme, apesar de novo. E muito bobo, uma criança. E a alegria da casa. Espero sinceramente que todos nos nao tenhamois mais que fazer campanhas em prol desses binhinhos, que um dia tdos tenham consciencia suficiente para cuidar bem deles.

    Também espero, Amanda! Obrigada pelo seu comentário!

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